My heart will go on

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Voltei, por que escrever me faz bem.  Desde que você partiu, eu passei a ter medo de criar vínculos.  Nunca pensei que eu teria dificuldades em superar e sentiria tanto a sua falta. Isso só me faz perceber o quanto eu te amava muito e que sua ausência enfatiza minha solidão, por que não existe mais ninguém me esperando em casa. Eu encomendei um amigurumi com a sua cara para ver se eu me sinto melhor. Hoje fazem 2 meses, mas meu coração ainda dói.  Não há 1 dia em que eu não acorde e não pense em você. Não há ninguém aqui para me consolar e você se foi e agora, só existe em minhas memórias. 

Past continuous - T01 E01 - "Acaso"

A vida sempre nos confronta, não importa nossa idade. Ela nos obriga a continuar ou a desistir. Ela não nos dá tempo para parar e pensar. Por que o tempo pode parar para a gente, mas para a vida não. Ela segue. Sem remorso. Apenas segue.
Não sei se as pessoas costumam pensar no fluxo da vida ou se pelo menos alguma vez já pensaram. Eu sempre pensava, até o dia que encontrei uma foto do passado e vi que a vida é realmente cheia de surpresas.


Era segunda feira e estava muito quente para um dia que tinha acabado de nascer. 6:30 da manhã e a testa já pingava de suor e essa era a prova de que o verão realmente tinha chego, afinal, não dava para saber quando era verão na cidade, lá não tinha as estações pré definidas como no sul do país.
Camila estava em pé no ponto final do ônibus que costumava pegar, era a quinta da fila, não se preocupava muito em estar nessa posição, afinal, ainda dava para ir sentada. Só esperava sentar no lugar que costumava sentar (a cadeira da janela no último assento do ônibus).
O sol batia justamente na cara de todos que esperavam na fila. Estavam irritados e algumas mulheres se abanando, como uma motorista poderia ter tanto assunto as 7 horas da manhã? Foi então que Camila avistou o "Timo" o crush do ônibus um pouco mais atrás na fila. Olhou discretamente e depois se virou.
Enfim, o motorista saiu e o próximo ônibus já estava pronto, todos da fila seguiram subindo.
Faziam 3 meses que Vinicius tinha ido embora e ele e Camila decidiram terminar. O amor ainda estava vívido dentro dela, não sabia se estava ainda nele. Mas nos últimos meses tinha sido quase impossível seguir para a faculdade e não se sentir triste. A ausência de alguém que se fez presente durante 5 anos era difícil. Tentava olhar outras pessoas, mas não conseguia achar ninguém mais interessante que bonito. A exemplo de "Timo" cujo apelido veio de um cantor de rock, já que o mesmo era muito parecido com o cantor. Mas tanto ele quanto Camila, apenas se entreolhavam e nada mais. Não que faltasse coragem, apenas faltava vontade de algo diferente.
Sentou-se e colocou o fone. Tocou justamente a música que ela não queria ouvir "joan armatrading the weakness in me" e cochilou.
Uma buzina pertinente a acordou, ainda estava na frente do hospital Santos Dumont. Faltava uns 30 minutos para chegar na faculdade. Olhou para frente e o ônibus estava lotado e o olhar cruzou com os de "Timo" se encararam por uns 5 segundos e então desviaram, corados.
Entraram na avenida "Gregório de Assis" e mais umas 3 paradas, "Timo" desceria... O ônibus parou na primeira parada da grande avenida. Muitas pessoas desceram e o rapaz começava a se aproximar do fim do ônibus. E Camila começou a mexer no celular. A mão nervosa entregava que estava morrendo de vergonha. A próxima parada chegou e mais pessoas desceram do ônibus, esvaziando-o mais um pouco. Até que na terceira parada, a menina já se preparava para se despedir com um olhar tímido, quando "Timo", dessa vez, não desceu. Sentou em um banco próximo ao seu. Na frente. De repente as mãos de Camila gelaram e o coração bateu mais rápido - "É minha imaginação, ou ele não desceu?" 
Quarta parada, quinta parada, sexta parada, sétima parada, era hora dela descer, aquele dia não parecia um acaso ou será que parecia? Ela levantou lentamente, quando o ônibus parou no sinal, não quis encarar o rapaz (que olhava de canto de olho para ela). Ficou de frente para a porta, esperando para descer, quando "Timo" levantou também e em questão de segundos a porta abriu e os dois desceram juntos - Oi? - Aquele som vinha acompanhado de um leve toque no ombro esquerdo. Camila parou na hora e não se virou, ficou dura como uma pedra - É sério isso? - Ela pensou. Terrivelmente envergonhada, ela virou rápido e tentou sorrir, mas a única coisa que saiu de sua boca trêmula foi - "É..."


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